MANÉ PÉ DE QUENGA. -POR MUNDIM DO VALE

CAUSOS LÁ DE NÓS - Por Mundim do Vale.

MANÉ PÉ DE QUENGA.

Certa vez chegou um cidadão do sítio Charneca, no cartório de Várzea Alegre, dizendo que queria falar com o juiz Santiago Vasques Filho. O seu nome era Manoel, mas ele era mais conhecido na cidade pelo apelido de Mané Pé de Quenga. 
O juiz mandou que ele entrasse e Manoel sem ter nem o cuidado de tirar o chapéu, foi logo falando:
- Seu dotô juiz. Eu vim aqui pidi um consei o sinhô, pruquê eu já não sei mais o qui fazê. O siguinte é esse; Eu tem três fia, mais chegô lá na Charneca um vaquêro das banda da Unha de Gato e cumeçô um chamêgo cum a mais véa, adispois imbuchô ela e arribô no ôco do mundo. O minino qui naceu é eu qui tô criando.
Cum pôco tempo chegô lá um soldadô de panela e cumeçô cum arrudei pru lado da ôta fia do mei e imbuchou tombém. Já tem dois neto prumode eu sustentá. E pra compretá o dirmantêlo o disgraçado do vaquêro tornô e já anda prisiguindo a caçula qui só tem doze ano.
O juiz perguntou:
- Eu posso fazer uma pergunta?
- Pregunte dotô.
- Sr. Manoel. Lá na sua casa não tem homem não?
- Tem homi sim dotô, tem Ourico e Juvená, mais os infiliz acha bom é ar muié.

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